O rebelo está estreitamente ligado à história do vinho do Porto. Até meados do século XX, ainda era utilizado para o transporte de cascos de vinho e, por vezes, de pessoas.
De fundo chato, boca aberta e com as tábuas do costado ligadas em trincado, a popa é mais alta que a proa para facilitar o manejo da espadela que serve de remo e de leme, governada pelo arrais ou feitor, que vai em cima de uma espécie de ponte - a apegada. Tem um único mastro onde arma uma grande vela redonda. As dimensões usuais dos rabelos situam-se entre os 19 e os 20 metros de comprimento, com 4,5 metros de boca.
Existem relatos de embarcações dedicadas ao transporte de pessoas e carga, no rio Douro, desde o século XIII. No entanto, é em 1792, que a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto-Douro publica os alvarás ligados a esta embarcação. Ao longo da sua história, há o cuidado constante de legislar sobre a actividade dos rabelos: determina-se, por exemplo, limites de carga (extinguindo as maiores embarcações, com capacidade de cem pipas) e proíbe-se a navegação nocturna.
O rabelo conseguia percorrer em três dias os 150 quilómetros que separavam a Régua do Porto. O colorido sóbrio e pitoresco, os trajes dos seus marinheiros e a grandeza da paisagem, transformaram-no numa das embarcações típicas mais conhecidas em todo o mundo.