segunda-feira, 31 de maio de 2010

Nós de Marinheiro


Simples
Este nó é a base para outros nós, e por se tratar apenas de uma volta é o nó mais fácil e rápido de ser feito, não é muito usado por marinheiros pois quando molhado ou quando é submetido a muita tensão fica difícil de ser desatado.

Outros nomes: Azelha Simples - Meia Volta - Laçada - Superior
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Lais de Guia
É um nó fácil de se fazer pois tem poucas voltas, é estável e resistente, em geral é feito de forma que fique um laço fixo em uma das extremidades da corda, muito útil para içar animais, pessoas ou objetos de modo que não aperte quando submetido a tenção, após o uso é fácil de desmanchar o nó, em cordas muito rijas não tem utilidade pois as voltas não se acomodam e não oferece segurança.
Outro nome: Bolina
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Lais de Guia Portuguesa
Este nó era usado por marinheiros portugueses para amarrar a âncora, também pode ser usado para apoiar um homem que esteja trabalhando suspenso, as suas voltas podem ser ajustadas de acordo com a necessidade, pode ser dado mais de duas voltas, deixando o nó mais forte.


Outro nome: Bolina Portuguesa
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Oito

Este nó é considerado um emblema de afeto, ou símbolo do amor fiel, usado para se dar nó em ponta de corda e por ter mais volta que o nó simples é mais fácil de desatar e não estraga a corda.

Outros nomes: Nó de Trempe - Volta do Fiador
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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Planta de uma Nau

Planta de um
Barco a Vapor:


É impossível separar, historicamente, a navegação do Douro do comércio a que os ingleses chamariam Port Wine e do seu primeiro meio de transporte, o Barco Rabelo.A sua origem, no entanto, deixa algumas duvidas pois entre características nórdicas, mediterrâneas ou orientais nenhuma apresenta predominância, o que pelo que lemos concluímos que uma vez que é certo é que aos barcos de couro( barco primitivo do Douro, forrado com peles de animais), sucederam os de madeira e não menos certo, que estes, pela maneira como são construídos, são do norte. Depois com os romanos, e já com os outros povos orientais que por aqui passaram e se fixaram, outras características teriam surgido, aperfeiçoando a adaptação às necessidades da navegação do curso difícil do Douro.





Vela QuadrangularComo barco de rio de montanha, o rabelo não tem quilha, ou melhor, transformou-se em barco de fundo chato; além disso, a sua construção, de tábuas sobrepostas, tábua trincada, é nórdica, em oposição à do Mediterrâneo.Do oriente, vem, talvez, o testemunho morfológico e o velho eco do Latio na actual nomenclatura do rabelo. Quanto à vela, é quadrada, formato comum aos barcos do norte e do sul. Porém, quanto aos mastros, novo reparo se deve fazer. Os primeiros só usavam um, enquanto que os segundos usavam também um mastro à proa.Analisando os remos, possivelmente ainda iguais aos primitivos usados nos barcos do Douro, vemos que eles se integram, de algum modo, no grupo que parece proceder de povos com tradições totémicas.





Fundo ChatoIsto é um elo a prender o rabelo à cultura do mundo antigo mediterrâneo e oriental.Temos nós, no rabelo, o taburno ou coqueiro, que bem pode ser uma reminiscência dessa câmara dos barcos dos homens do norte.O barco rabelo passou, propriamente, a ter a sua identidade bem definida, em 1792, quando a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto-Douro, publicou os alvarás e mais documentos que se relacionavam com a notável instituição pombalina. Nessa publicação, conhecida vulgarmente por Leis da Companhia, encontram-se preciosos informes, referentes tanto ao barco como aos seus tripulantes, como ainda ao tráfego a que se destinavam.





Taburno ou CoqueiroAo descer o rio, os rabelos traziam o vinho do Douro. Constituíam, no passado, senão o único meio de transporte entre o Porto e as terras de riba-Douro, pelo menos o mais acessível. Inalterável na forma durante séculos e séculos, o deslizar do barco rabelo é solene, majestoso no equilíbrio do seu conjunto, com grandeza no aparato rude da sua arquitectura.O casco , de madeira ordinária, é feito ao jeito das águas sombrias do rio. A vela, de linho humilde, entrega, confiante, os seus destinos aos desígnios de Deus.O colorido sóbrio e pitoresco do barco, a bizarria dos trajes dos marinheiros, a grandeza da paisagem, tudo se reúne para que no nosso espírito alguma coisa fique marcado indelevelmente.Pelo seu todo, desde um tempo majestoso e bizarro, é que o rabelo é a mais típica das embarcações fluviais portuguesas.





Porém, o rabelo, dentre todos toma um lugar de primacial destaque, não só pela sua constituição própria, como também pelo seu papel, dentro da região onde presta relevantíssimos e únicos serviços. É inconfundível o seu porte especial, respirando antanho, altivo de linhas, que mais não esquecem a quem alguma vez o veja subindo ou descendo o rio, de vela panda, larga e quadrangular.O rabelo, colaborador da prosperidade duriense, é o brasão de armas da região, escreveu alguém, e com acerto.Pela sua origem, pelos seus serviços, pela sua imprescindibilidade, não podia deixar de vir a tornar-se um símbolo heráldico, bem honroso e bem inconfundível, de uma região única no mundo.São os rabelos construídos pelos próprios marinheiros, em qualquer local das margens, no surgidoiro ou portelo que lhes fica mais à mão e que seja perto do fornecedor da madeira.




Há alguns pontos, porém, onde mais vulgarmente se armam os estaleiros, por causa da vizinhança de carpinteiros que lhes vão dar sua ajuda. Alguns desse lugares mais importantes são Castelo de Paiva e Vimieiro, no concelho de Marco de Canaveses, Porto Antigo, Barqueiros, Entre-os Rios e Bitetos.





E, assim, de mãos tão rudes, com técnica tão primitiva, utilizando produtos da terra, materiais bem humildes (o pinho, o castanho e o linho), sai um conjunto tão sóbrio na sua equilibrada concepção, imponente de aspecto, altivo de porte, verdadeira embaixada de uma grande época já distante.Construído o rabelo - o que não leva muito tempo, pois um barco que possa carregar cinquenta pipas, em dois meses está no rio - é lançado à água, e dela só é retirado, um dia, se é necessário reparar qualquer rombo ou meter-lhe alguma estopa.Esta embarcação é de tonelagem variável.




Hoje, os maiores barcos regulam carregar 45 a 50 pipas. Houve-os maiores, que comportavam 70, 80 e até 100 cascos, que andavam ao serviço da Companhia Velha; mas devido ao maior risco que apresentavam para navegar o Douro, uma prudente medida legislativa, de 1972, já citada, proibiu a construção de barcos de tais dimensões.Havia os barcos maiores, chamados matrizes, e os menores, designados por trafegueiros, que também podiam receber o vinho a transportar, desde que fosse presente o feitor ou confidente.




Os rabelos, ao contrário das outras embarcações fluviais conhecidas, trazem inscrito, interiormente e junto à proa, o número do registo da Direcção dos Serviços Hidráulicos e Eléctricos do Porto. Na maioria dos casos os rabelos têm nomes que são pintados em caracteres rudes, do lado de fora dos bordados, com frequência a tinta de escrever ou equivalente.Esses nomes são de natureza: "Vamos com Deus", "N.ªS.ª da Boa Viagem", "N.ªS.ª do Carmo" etc.Afastados á muito da sua actividade inicial os rabelos são hoje utilizados em regatas, passeios no rio e outras iniciativas que recordam os seus tempos de glória.

Barco a Vapor

Barco a vapor é uma embarcação propelida por um motor a vapor que aciona rodas de água (um conjunto de pás) montadas inicialmente à meia-náu, na lateral(Bombordo e Boreste) e depois na popa. São tipicamente caracterizados por possuirem grandes chaminés. A invenção do motor a vapor por James Watt propiciou o sonho de mover grandes embarcações sem depender dos ventos, sonho esse, realizado por Robert Fulton com o Clermont em 1807. Embora a roda de pás tivesse evoluido para a hélice e o motor a vapor para as turbinas a vapor dando origem aos modernos navios, alguns modelos fluviais continuaram utilizando esse tipo de propulsão por muito tempo, como os típicos steamboats do Rio Mississipi ou como são conhecidos no Brasil, os gaiolas do Rio São Francisco e Rio Amazonas.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A Nau Portuguesa



A nau portuguesa do século XVI pode caracterizar-se como um navio redondo de alto bordo, com uma relação de 3:1 entre o comprimento e a largura máxima, três ou quatro cobertas, castelos de popa de três pavimentos (tolda, alcáçova e chapitéu) e proa de dois (guarita e sobreguarita) cuja arquitectura se integra perfeitamente no casco; arvorava três mastros, o grande e o traquete com pano redondo, e o da mezena com pano latino. É um navio de carga por excelência, destinado a percorrer longas distâncias em rotas conhecidas, tirando partido do aparelho pelo conhecimento prévio dos regimes de ventos, mas andava armado com peças de grande calibre: "A nau da Índia era.... um transporte armado em guerra", como tão bem definiu Oliveira Martins (Portugal nos Mares, vol. I, reed., 1988, p. 98).


Com o regresso de Bartolomeu Dias da viagem em que dobrou o cabo da Boa Esperança (1487-1488), ficou claro que eram necessários navios de tipo diferente da caravela para enfrentar os “mares que lhe comiam os navios”, mares estes “tão grandes que os não podia navegar com as caravelas”, segundo as palavras que Gaspar Correia atribui a João Infante, que seguia na armada (Lendas da Índia, vol. I, Porto, 1975, pp. 8-9).


Por outro lado, uma vez conhecidos os condicionalismos físicos de navegação no Atlântico Sul, na primeira viagem à Índia, em 1497-1499, Vasco da Gama pôde evitar a rota seguida por Bartolomeu Dias, que progrediu penosamente ao longo da costa ocidental africana contra ventos e correntes que lhe eram adversos. Fazendo uma grande volta no mar, que aproximou a armada da costa do Brasil, Gama contornou os ventos gerais ou alíseos tirando partido do velame redondo das suas naus, adequado para navegar com vento pela popa. Como acontece amiúde na navegação à vela, uma rota mais longa no espaço torna-se mais curta se for percorrida com vento favorável.


A nau respondia também a uma maior necessidade de carga. As viagens para o Oriente eram mais longas, pelo que se transportava maior quantidade de alimentos sólidos e líquidos para o sustento da tripulação, tanto mais que a rota impunha longos períodos de navegação sem ver a costa ou quaisquer pontos de apoio, como sucedia precisamente nessa volta pelo largo. Acrescia o factor comercial: o comério das especiarias implicava o transporte de uma carga valiosa, mas volumosa, que requeria espaços adequados para o seu acondicionamento. A tudo respondia a nau, com o seu casco bojudo, e ampla capacidade de acomodação.


Sabemos que a viagem de Gama foi preparada com especial cuidado, tendo-se começado a fabricar os navios ainda no reinado de D. João II. Testemunhos da época atestam que estes navios não seriam muito diferentes daqueles que, do mesmo tipo, já eram conhecidos tanto em Portugal como na Europa. É porém possível deduzir que se atentou no reforço da estrutura do casco e na embarque de sobresselentes que não poderiam ser facilmente substituídos numa viagem tão longa (como velas e cordas, por exemplo). A nau da Índia destacar-se-ia talvez por dois factores em relação aos navios seus similares: especial robustez de construção, segundo se pode deduzir de alguns apontamentos esparsos na documentação e pelos remanescentes arqueológicos, e uma superfície vélica superior ao que seria normal, tal como surge na iconografia da época (nomeadamente nas relações ilustradas da Carreira da Índia, como a Memória das Armadas, da Academia das Ciências de Lisboa, e o Livro de Lizuarte de Abreu, da The John Pierpont Morgan Library, ambos representando navios do terceiro quartel do século XVI).


A experiência mostrou que o comércio das especiarias e de outros bens não poderia vir a estabelecer-se sem recurso à força armada. Sendo um navio de carga, a nau portuguesa do século XVI foi armada com peças de artilharia que lhe atribuíram uma capacidade militar naval imprescindível para a segurança da navegação. Mas era sobretudo um navio comercial; para a guerra naval os Portugueses empregaram sobretudo outro tipo de embarcações, como o galeão e a caravela redonda.


Tem sido muito discutido o problema do gigantismo destas embarcações. Na verdade sabe-se que as naus de Vasco da Gama teriam até uns 120 tonéis de arqueação (correspondendo à capacidade efectiva de trasnportar 120 tonéis no espaço abaixo da coberta, porque era assim que se media a arqueação nesta época), e por estes valores, ou um pouco acima, andavam as embarcações similares que navegavam para outros destinos comerciais, no Atlântico, no Mediterrâneo ou nos mares do Norte da Europa. Mas as naus da Índia eram notoriamente maiores, tendo chegado rapidamente aos 400, 500 e 600 tonéis: a maior das naus de Pedro Álvares Cabral, que partiu para a Índia em 1500, logo depois de Vasco da Gama, já teria 300 tonéis. Mas não devem ter fundamento as notícias que dão conta de naus portuguesas, no século XVI, com 1000 ou mais tonéis, a não ser em casos absolutamente exepcionais. Estes valores aparecem em testemunhos de natureza a mais diversa, quase sempre produzidos por autores pouco ou nada ligados ao mar ou com conhecimento dos aspectos técnicos da navegação. Na verdade, quando aparecem os tratados portugueses de arquitectura naval, a partir de c. 1570, e se multiplicam os documentos técnicos, desde c. 1590, torna-se patente que nestes documentos, que reflectem um conhecimento profundo da arte da construção naval, os valores médios andam pelos 500 a 600 tonéis para as maiores das naus, e mantêm-se pelos inícios do século XVII. Nesta centúria houve tendência para registar um aumento das tonelagens, chegando (agora sim) aos 900 e 1000 tonéis, atestados em documentos técnicos, apesar destes valores serem mais invulgares que correntes. Não obstante, é certo que quando se começaram a construir naus com quatro cobertas, estas teriam maior arqueação que as de três: porém os peritos nunca se entenderam, como se verifica em vários pareceres do segundo quartel de Seiscentos, achando vários deles que as naus de cobertas, mais pequenas e robustas, eram preferíveis.

segunda-feira, 3 de maio de 2010


O barco rabelo é uma embarcação portuguesa, típica do Rio Douro que tradicionalmente transportava as pipas de Vinho do Porto do Alto Douro, onde as vinhas se localizam, até Vila Nova de Gaia - Porto, onde o vinho era armazenado e, posteriormente, comercializado.
Sendo um barco de rio de montanha, o rabelo não tem quilha e é de fundo chato, com um comprimento entre os 19 e 23 metros. A sua construção, de tábuas sobrepostas, tábua trincada, é nórdica, em comparação com a do Mediterrâneo.


Com uma vela quadrada, o rabelo era manejado normalmente por seis ou sete homens. Quanto aos mastros, os primeiros só usavam um, enquanto que os segundos usavam também um mastro à proa. Para governo, utiliza um remo longo à popa – a espadela. Quando necessário, os barcos eram puxados a partir de caminhos de sirga por homens ou por juntas de bois.

Modelo de barco rabelo com vela
O barco rabelo passou a ter a sua identidade bem definida, a partir de 1792, quando a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, publicou os alvarás e mais documentos que se relacionavam com a notável instituição pombalina. Nessa publicação, conhecida vulgarmente por "Leis da Companhia", encontram-se preciosas informações, referentes tanto ao barco como aos seus tripulantes, como ainda ao tráfego a que se destinavam.
Com a conclusão, em 1887, da linha de caminho-de-ferro do Douro e o desenvolvimento das comunicações rodoviárias durante o século XX, o tráfego fluvial assegurado pelos barcos rabelos entrou em declínio. Em 1961, no início do programa de aproveitamento hidroeléctrico do Douro nacional, apenas restavam seis barcos rabelos em actividade permanente.


Actualmente, com uma actividade diferente, os rabelos são utilizados na famosa regata do São João a quando das festas populares da cidade do Porto, passeios no rio Douro (alguns organizados pela empresa turística Douro Azul) e outras iniciativas para recordar os seus tempos de glória.
Os barcos rabelos podem ainda hoje ser encontrados no Porto. Contudo são hoje, ao contrário de outros tempos, usados para o transporte de turistas com carácter lúdico e recreativo, sendo muito usados para atravessar o rio desde o Porto até Vila Nova de Gaia, local onde os turistas podem visitar algumas caves de vinho do Porto.

Barco de Pesca







Um barco de pesca, ou mais formalmente navio de pesca, é qualquer tipo de embarcação construída ou adaptada para a atividade da pesca. Os barcos de pesca podem variar desde uma simples jangada ou canoa até grandes navios que podem efetuar campanhas de pesca de vários meses sem regressar ao porto-base, os barcos-fábrica.



As adaptações para a pesca podem ser máquinas para operar as artes de pesca, como guinchos ou aladores, que não implicam modificações no casco, mas podem também levar à alteração da estrutura básica, como no caso de alguns arrastões em que a popa contém uma rampa para a operação da rede de arrasto.



As embarcações de pesca mais simples e mais pequenas, como as canoas e jangadas, são geralmente utilizadas para a pesca artesanal à linha ou com redes simples, como as redes de emalhar ou os xalavares.